Ah, Sayulita!
Já esta se aproximando a hora da gente partir e meu coração tá apertado. Como que em apenas três semanas já nos sentimos tão parte de um local e de uma rotina? Como que pessoas estranhas já se tornaram tão queridas e tão especiais? Inclusive os cachorros e a galinha! Outra evidência para mim de que gostar de um lugar tem mais a ver com as relações estabelecidas nele do que com as atrações locais. E vai entender o tempo… As vezes passamos anos e anos convivendo com pessoas que não nos conectamos e elas não se tornam nada de mais, simplesmente mais uma pessoa que passou. E quando há troca, carinho e identificação, rapidinho já ganham um espaço em nossos corações. Eu não sou uma pessoa que tenho facilidade de me abrir e fazer novas amizades. Sou simpática sempre, mas fico “na minha”. As vezes “na minha” demais e perco oportunidades (talvez meu traço Porto Alegrense).
Estou aprendendo, nunca é tarde. Sair da zona de conforto, vencer a timidez, puxar um papo, ir além do “bom dia” e ser cara de pau inclusive, talvez intrometida? As vezes nem precisamos dizer muito, a outra pessoa pode ser bem mais descolada, de papo fácil e ter um mundo de assuntos e histórias para contar. Ou não, e ser legal mesmo assim! Nem todo mundo é fechado pra novas relações. Alguns serão, mas tudo bem. Na estrada essa chance é bem menor, aproveitemos! Eu devo todas as amizades feitas na viagem até agora ao Lú – que vai, conversa, bate papo, e faz amigos rapidinho, seja no mar ou no camping, e daí eu entro no embalo e me abro para as novas amizades que ele vai trazendo. No início da viagem eu estava tão desconfiada que até o pessoal que parou para nos ajudar com o pneu furado eu olhei torto e fiquei com pés atrás e pulgas nas orelhas! E daí vêm o Lú e me diz – cadê a meditação e as boas energias? Tem razão, lá fui eu olhar pro meu umbigo e repensar a forma que eu expunha algo que só estava dentro de mim e, convenhamos, onde estávamos não tinha muitos precedentes – Menos desconfiança. Vibre num nível mais alto! Relaxa. (Fui eu dizendo pra mim… afinal, a gente atrai o que a gente pensa).
Deu certo, porque nossa estada em Sayulita foi tão, mas tão especial, que saí com os olhos cheios de água, coração apertado, já com saudade dos nossos amigos, dos cachorros, da nossa vidinha tão simples e tão completa! Receber tanto carinho como nós recebemos do Paco, Cyd, Tom e Norman é algo a se agradecer sempre… foi energizante – como a cidade! Muito obrigado amigos queridos!! Vocês são muito especiais!! Na nossa última noite saímos todos para jantar e foi uma noite extremamente agradável! Restaurante charmoso – em Sayulita tem que se esforçar para não ser charmoso – comida deliciosa, típica (e com porções generosas – um delicioso exagero gastronômico), amigos queridos e divertidos, papo alto astral, descontraído, e finalizando com sobremesa caseira comprada e saboreada na praça central da cidade, à luz da lua, bem no meio do clima vibrante e gostoso de Sayulita. Não queria mais nada… Ou melhor, queria sim: repetir!
p.s.: Conversando com o Paco percebi que nessa nossa aventura nômade provavelmente vamos ter muitos momentos assim, de tristes despedidas… Assim espero!