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Cartagena: Bem-vindos à Colômbia!

Chegamos à Colômbia pelo aeroporto de Cartagena. Da Cidade do Panamá foi um voo de 45 minutos. Ao sair do aeroporto para pegarmos um táxi, a Caína torceu seu pé. Eu estava no meio da rua parando um taxi quando olhei pra trás e vi ela no chão! Deixei o taxista falando sozinho e corri pra ver o que tinha acontecido. Ela tropeçou nas calçadas irregulares, seu pé estava inchado e doendo muito, sua pressão baixou e ela me pedia água. Entrei numa farmácia ao lado comprei água e pedi gelo, disseram pra ir ao bar ao lado. Dois minutos depois eu estava de volta com água e um saco com gelo. Chegamos literalmente com o pé direito (e torcido)!

Choque de Realidade

Escolhemos um hostel que tinha um preço ótimo! Incrivelmente mais baixo do que a maioria que encontramos e com excelentes reviews no Booking (o barato sai caro!!). O taxi foi chegando perto e a gente só se olhava. As redondezas não pareciam muito legais… O hostel em si, era bom, mas sua localização era péssima! Mesmo sendo apenas 2 km da cidade murada, era em uma favela! Tipo Rio de Janeiro. Vimos placas avisando aos turistas estrangeiros para tomar cuidado, não andar com celular, câmeras etc. Depois de instalados, fomos passear e conhecer a cidade. Na porta do hostel, a Cá foi parar um taxi enquanto eu tirava fotos de uma moto com placas da China estacionada na porta de nosso alojamento quando ouvimos tiros. Sim! Tiros na porta do hostel/favela! Uma moto com dois caras tinha roubado uma bolsa de uma pessoa, e estava sendo perseguida por dois policiais em outra moto que atiravam em uma rua movimentada!! Demoramos alguns segundos para entender o que estava acontecendo, quando corremos pra dentro do hostel. Poucas horas de Colômbia foram suficientes para nos lembrar o que nos motivara a sair do Brasil. Violência, insegurança e um trânsito caótico onde ninguém se respeita. Se achamos que o Panamá tem péssimos motoristas é por que ainda não conhecíamos a Colômbia! A parte turística de Cartagena é muito bonita, casarões coloniais coloridos, ruas de pedras, monumentos, paredões fortificados dos tempos dos espanhóis. Muitos bares e restaurantes legais mas também muita gente pedindo e tentando tirar alguma vantagem dos gringos que lotam a cidade. Depois de tanto tempo pela America do Norte e na tranquilidade da América Central, tomamos um choque de realidade.

Apesar de nossa primeira impressão, Cartagena é uma cidade linda!
Caminhando sobre as muralhas que protegeram a cidade em séculos passados…
Uma edificação um tanto quanto exótica…
mais um pouco de Getsemani
Graffiti em Getsemani
Descansando em frente aos casarios de Cartagena
Canhões nas muralhas que cercam o centro histórico
Cartagena de cima das muralhas
um pouco mais de Cartagena

Cartagena by Bike

Resolvemos buscar um hotel melhor localizado, por indicação do casal que estávamos dividindo o container para trazer a Maria Gasolina para a América do Sul, fomos para o bairro de Getsemani, o que mudou completamente nossa estada na cidade. Como o pé da Cá ainda estava muito inchado e dolorido, alugamos uma tandem bike e saímos a passear pela cidade murada! De bike ela não forçava tanto seu pé! Aproveitei meu último dia de turista por Cartagena antes de ir ao porto para retirar a Maria!

Ah, apesar de nossa primeira impressão negativa, achamos Cartagena uma cidade muito bonita e interessante, mas assim como alguns destinos no Brasil, recomendamos que fiquem pela parte turística (Dentro da Cidade Murada e Getsemani principalmente) e aproveitem o que a cidade tem de melhor!

Liga o HD e assiste o vídeo do nosso passeio de bike por Cartagena:

Selfie na Bike!
Mais uma!
de bike nas ruas estreitas de Cartagena!

 

 

Porto e Burocracia sem fim!

Eu sabia que retirar a Maria não seria a tarefa mais fácil que iríamos enfrentar nessa viagem, mas não imaginava que seria uma das mais difíceis… O que era pra ser um processo de até dois dias acabou levando três! Tudo começou no escritório do agente portuário, com todos os proprietários (dos dois carros e duas motos) presentes com toda papelada em mãos. Fomos avisados de que o barco que trazia nosso container estava atrasado e que deveria chegar ao porto à noite. A senhora que fazia o atendimento pediu que esperássemos um pouco, umas duas horas depois recebemos o Bill of Landing, documento que nos permitia seguir ao próximo passo. Pegamos um táxi e fomos para o prédio da Aduana onde nos foi solicitado um monte de cópias e que regressássemos depois das 14 horas pois eles estariam entrando em horário de almoço em breve. Encontramos um lugar que faziam cópias e serviam almoços no outro lado da rua. Cópias feitas fomos almoçar para esperar a repartição voltar ao trabalho… Preenchemos uma papelada e bora pro porto. Mais filas e mais papelada. Paga uma taxa aqui, consegue um carimbo acolá e voltem amanhã!

O dia seguinte a Caína foi passear com a Rachel e tomar sangria em um restaurante na praça (já que só um proprietário do carro poderia entrar no porto – e de calças compridas e calçado fechado. Botei um tênis e baixei uma calça do nosso caixote, coisa que eu não usava desde o Canadá!). Enquanto isso, eu passei o dia no porto. Depois de muito esperar e pagar mais algumas taxas conseguimos autorização para abrir o container, mas ainda não conseguimos retirar a Maria do porto. Era preciso esperar um funcionário da aduana para fazer uma vistoria no veículo. A Maria teria de dormir em um estacionamento dentro do porto de Cartagena e eu teria de voltar no dia seguinte! No terceiro dia finalmente conseguimos tirar os carros/motos do porto, mas ainda precisávamos fazer o SOAT (seguro obrigatório para se rodar na Colômbia). Passamos em pelo menos 3 seguradoras, nenhuma fazia o seguro por menos de 12 meses! Descobrimos que no centro havia a única empresa que faria seguro para veículos estrangeiros. Corremos para a Cidade Murada: era sexta feira, já passava do meio dia, deixamos os carros em um estacionamento pago e fomos até o Seguros del Estado (o nome já diz que boa coisa não deveria ser, e não era mesmo!). Num prédio no oitavo andar junto ao centro histórico de Cartagena encontramos uma servidora muito mal humorada, sem a mínima vontade de nos ajudar! Nesse momento éramos uma comitiva e tínhamos cinco veículos para segurar. A Maria e seus três companheiros de viagem e mais duas camionetes (do Daniel e do Eric) que dividiram um container que veio no mesmo barco que o nosso, e fizemos praticamente todo o processo de retirada juntos, e juntos buscamos seguros para os carros. Como eu era o único que falava espanhol, lá fui lidar com a mal humorada. Sua primeira reação foi: só para segunda-feira! Como assim?!?!?! Cartagena pode ser muito legal, mas não para se andar com um carro com placas americanas cheio de coisas dentro!!! Não nos sentimos seguros pra ficar com a Maria por ali, na real, todos queríamos sair da cidade o quanto antes! Depois de muito conversar, com meu melhor sorriso e a maior das boas vontades, a senhora manda todos esperarem no andar de baixo e ela chamaria um por um. Mais uma hora de espera, eu vou primeiro e desço segurado! Pronto para rodar! Quando nossos parceiros saíram segurados fui encontrar a Caína no hotel e bora pra estrada conhecer a Colômbia! Vivaaa!

PS: mais tarde encontramos o Daniel que nos disse que tanto ele quanto o Eric tiveram que passar o final de semana em Cartagena. Que eles conseguiram seus seguros, mas a servidora digitou os números do VIN do seus carros errado e eles tiveram de refazer tudo na segunda-feira!)

Depois de muita burocracia consegui entrar no Porto!
Finalmente consegui ver o container que carregava a Maria!
Conferindo o lacre no container da Maria!
Quase livres saindo do Porto de Cartagena!!!
Cartagena vista do alto do prédio enquanto esperava o seguro do carro. Bem mal humorado diga-se de passagem!

 

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