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Cruzando a Cordilheira: Punta Olímpica e Laguna 69

Conhecemos lugares incríveis nas montanhas do Peru. Passamos algumas semanas nas proximidades do Parque Nacional Huascaran, junto à espetacular Cordillera Blanca. Ao longo dessa temporada ficamos acampados próximo da cidade de Caraz, que é um pouco menor do que sua vizinha mais conhecida, a turística Huaraz. Huaraz geralmente é o destino que a maioria dos viajantes que visitam essa região escolhem como base para visitar as inúmeras atrações locais como a Laguna 69 e a Punta Olímpica.
O lugar que escolhemos como base também é famoso entre os Overlanders, um camping com uma ótima infraestrutura e afastado do centro urbano, um daqueles lugares que fica difícil ir embora depois de se acomodar…

Punta Olímpica e o túnel mais alto do mundo

Depois de nossa visita à Laguna Paron, voltamos para nosso camping base por mais uns dias para banho e descanso, antes de seguir nossa segunda aventura pelos Andes. Decidimos cruzar as cordilheiras, dirigindo pela famosa Punta Olímpica.
Cruzamos a cordilheira indo para oeste, saindo da cidade de Carhuaz com destino à pequena cidade colonial de Chacas. Para chegarmos lá dirigimos pela estrada AN-107 que atravessa as montanhas por dentro do Parque Nacional Huascaran. Paga-se 30 Soles por pessoa por dia para se entrar no parque. Na parte mais alta da estrada encontra-se a Punta Olímpica e o túnel mais longo do Peru e o mais alto do mundo! São uns 1300 metros de comprimento a 4350 metros acima do nível do mar!
A estrada vai toda asfaltada de Carhuaz até Chacas. São aproximadamente 100 km e os visuais são incríveis.
Conforme fomos subindo, o clima foi mudando, deixamos um dia de sol com temperaturas agradáveis para encontrar neve e frio no topo da montanha! Uma vez cruzado o famoso túnel descemos até a pequena Chacas com suas ruas de pedra e sua igreja toda talhada em madeira.

Rumo à Punta Olímpica!
O Túnel mais alto do mundo e mais longo do Peru!!!
No alto da Punta Olímpica
Ficou bem frio no alto da montanha
Não resisto a uma estrada vazia!
Olha a Caína colando nosso adesivo na placa! Marcando território…
Na pequena cidade de Chacas

Do outro lado da Cordilheira

Passeamos um pouso pela pequena cidade e seguimos para o norte. Nosso objetivo era voltar a entrar no parque pela cidade de Yanamá. Saindo de Chacas o asfalto acabou e as estradas ficaram muito ruins! Uma coisa é ver um mapa, outra é realmente passar pelo caminho, que foi contornando rios e subindo montanhas. Passamos por onde poucos turistas, e até roadtrippers como nós, passam. Uma área bastante remota do país, com estrada de terra e apenas vilarejos rurais. Não aconselhamos dirigir por essa rota durante a temporada de chuvas, levamos mais de 3 horas para percorrer pouco mais de 60 km.
Chegamos em Yanamá ao anoitecer e um dos únicos hotéis da cidade estava fechado, o que nos levou a estacionar na frente da delegacia da cidade, na pequena praça central. Descemos e perguntamos aos policiais que estavam de plantão se poderíamos dormir ali na frente, no carro. A reação imediata foi: mas é muito frio! Explicamos que estávamos acostumados a acampar e que dormir no carro não seria nenhum problema. Os policiais consentiram e nos indicaram o único “restaurante” que estaria aberto na cidade, que era como uma casa de família que serviam refeições…Uma única refeição, na verdade. Não tinha opção! Depois do nosso jantar, os policiais gentilmente nos deixaram usar o banheiro. Na manhã seguinte, abusamos mais um pouco da boa vontade e solicitamos para mais uma vez usar as dependências da delegacia, não apenas para ir ao banheiro, como também para que nos emprestassem uma tomada para esquentarmos água para nosso café. Os policiais foram muito solicitos!
Desayunamos num banco da praça sob os olhares curiosos dos moradores que por ali passaram…

Uma estrada muito boa até Yanamá
Sem um lugar para dormir, o jeito foi estacionar a Maria na frente da delegacia!
Wild camping na praça da cidade em frente a delegacia
Bom dia!!!! Levanta que a polícia já está de pé!!!
Café da manhã na praça de Yanamá
Essa era a praça com a Maria lá atrás

Laguna 69

De Yanamá voltamos a seguir para o oeste, ao Parque Huascaran. Foi uma das estradas mais bonitas que passamos até agora! Lentamente subimos a rota sinuosa entre lagunas e glaciares até que chegamos ao topo. A paisagem foi de tirar o fôlego (literalmente) a quase 5 mil metros de altitude, com a vista panorâmica da Cordillera Blanca, o vale e as curvas da estrada que nos levaria ao próximo acampamento.
Descemos até o estacionamento onde as excursões vindas de Huaraz deixam diariamente a horda de turistas que vão até a linda Laguna 69 e por ali acampamos.

A linda estrada que liga Yanamá ao Parque Huascaran
Emocionados com as montanhas!
Eu não resisito!
Por la Carretera…
Voando bem alto nos Andes

Lá em baixo nosso próximo acampamento, ao lado da Laguna
wow!!!
Alpacas fofas no nosso acampamento

O Hiking da Laguna 69

Estávamos sozinhos até que um grupo de 3 pessoas chegaram e montaram uma barraca ao nosso lado. Tocamos violão enquanto preparávamos o jantar e presenciamos o espetáculo de milhares de estrelas iluminando a noite muito fria. Na manhã seguinte seguimos até a Laguna 69.
Do estacionamento são algumas horas subindo a trilha e passando por lug

ares lindos! A trilha começa costeando um rio, depois passa por algumas cachoeiras, lagunas e glaciares. A Cá geralmente sofre muito com a altitude, e de todos os hikings que fizemos, esse foi um dos que ela mais teve dificuldades. Sentiu de uma vez todos os efeitos citados em uma “sorocho”: enjoo, ansia de vomito, dor de barriga, refluxo, dor de cabeça, tonturas e fraqueza. Numa de suas paradas, um hiker a viu sentada e se sentindo mal e parou para ajudar, lhe deu um energético concentrado e disse que aos poucos voltaria a se sentir bem. Tudo em inglês. Na despedida desse encontro generoso, aos nos apresentarmos propriamente, éramos todos brasileiros! O beleza! Aquele abraço caloroso e uma pessoa que passou a ficar na nossa memória só pelo gesto, e se consolidou amigo.
A caminhada é longa e com partes muito íngrimes, quase o tempo inteiro. Todo esforço foi para chegar até a Laguna de águas azuis aos pés do glaciar. Valeu a pena cada esforço, e todo tempo dedicado: Definitivamente uma das maiores atrações da região!

Começando a trilha…
Temos que chegar lá em cima!

o caminho para a Laguna 69
Ainda não é essa ai!
Finalmente chegamos!
A Laguna 69!
Amigos brasileiros no Peru!
Tá frioooo!
Descansando no bosque depois de um dia de caminhada!

    One Response

  1. Muito linda sua viagem! P, achei muito feio colar adesivos em placas, para “marcar território.” Brasileiros têm essa mania, A placa não é nossa, não é nosso país. Tirei algumas fotos em Salinas Grandes , Argentina, e após dois anos, a placa com as distancias das principais cidades do mundo, estava quase toda coberta, por adesivos de Brasileiros. Tinha até propaganda de pizzaria aqui no Brasil. Fica a crítica construtiva!

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