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Bem Vindos ao Mainland

Deixamos a Baja Califórnia!!

 

Parece só uma continuidade da viagem, um simples passo adiante no percurso, mas eu já estava ansiosa pelos novos ares que esse translado nos daria… Tipo uma nova viagem, um novo início! Estava louca para viver as mudanças que o ‘continente’ traria: desde possibilidades de ondas pro Lú, climas más calientes, o desapego parte III (já já explico) e a inserção em terras realmente mexicanas, já que na Baja todos dizem que tudo é mais caro e mais seguro, porque é quase que dominada por americanos – eles nem precisam de visto se vão ficar só na Baja e não cruzar para o mainland. E toda despedida da Baja foi bacana, desde o ultimo dia em Tocolote, até a balsa superando expectativas e nos dando um leve luxo. E foi providencial, porque nós abusamos: corremos e treinamos e só tomamos banho de mar, já no nosso 5º dia sem chuveiro. Antes de embarcar ainda ficamos curtindo um por do sol bebericando uma cervejinha: Tchau Baja, obrigada por tudo!

Cabine na Balsa.
com banheiro!!!

Mazatlán

Depois de uma boa noite de sono, sem enjôos e limpinhos, chegamos em Mazatlan: uma cidade turística, grande, com alguns prédios e um grande calçadão. Lembrava, deixa eu ver…um pouco do Rio de Janeiro misturado com praias do sul (tipo Tramadaí) – com a parte turística mais ajeitada, e o interior bem bagunçado. O Lú já havia estado lá uma vez, e por incrível que pareça, ele ainda sabia se localizar! Quem o conhece sabe do incrível senso de localização dessa pessoinha!! Pois bem, fomos direto em busca de um cantinho, era domingo, e nos programamos para ficar o menor tempo possível ali, na cidade grande, apenas o suficiente para resolver o que precisávamos e seguir nosso roteiro pelas praias. Mas segunda era feriado… então, um dia a mais! O tudo a se resolver, se não me engano era ir em um supermercado grande (leia-se Walmart) para comprar coisas específicas – tipo óleo pro carro – pagar o telefone, lavar roupas, e tan tan taan taaan: o DESAPEGO! Nesse primeiro mês de viagem nós estávamos com todas as roupas que tínhamos levado para Califórnia, e isso resultou em, além de usarmos nosso compartimento “buraco/guarda-roupa” construído na Maria, usarmos duas malas extras de roupas, malas grandes, que ocupavam um super espaço no nosso carro-lar. Fora que percebemos ter muitas ‘roupas de cidade’ que não tínhamos perspectivas de usar, fora que tínhamos muitas opções de roupas para o frio, o calor, a meia estação, fora que tínhamos MUITA ROUPA pra pouca paciência, pouco espaço, pouca praticidade. Decidimos, láááá na Baja, que íamos nos desfazer de roupas ao longo da viagem, mas só ir doando ou deixando pelo caminho algumas peças não estava sendo suficiente. Assim, separamos várias roupas que gostamos mas que não servem para gente agora, e enviamos para o Brasil. Deu 12,4kg de roupa. E isso que nesse processo ficamos com algumas coisas para que o frete não ficasse tão caro…  Foi um investimento alto para o nosso orçamento, mas para quem pretende passar mais 12 meses em um carro, foi um alívio!! Enviando as roupas, nos livramos das malas (e duas frentistas ficaram felizes com o presente!) e ganhamos espaço!! Espaço = praticidade. Facilitou nossa vida!! Amigos, agora sim, conseguimos levantar os bancos para receber vocês!! (antes seria impossível…) E esse foi o desapego III, ou IV, ou V, vá saber!

 

San Blás

Partimos de Mazatlan direto da FedEx para estrada. As estradas já são cheias de verde, selvas, plantações de banana e coqueiros. Outra paisagem. Fica lindo de ver com o contraste do céu azul e as vezes com o mar ao fundo.. E com ofertas de frutas em todo canto! Bem diferente da Baja… E sim, o calor chegou! Pelo menos durante o dia sempre é quente, e as ondas também começaram a aparecer…

Nossa primeira parada foi em San Blás, a primeira cidade no estado ao lado de Synaloa, onde estávamos. Aqui no continente o perigo maior é a questão do narcotráfico e as guerras civis que ele gera por poder de região, podendo ter muitas milícias por alguns caminhos, que não são seguros. Sabíamos que Synaloa era um dos mais perigosos e que ali não deveríamos bobear, por isso seguimos direto a Nayarit (o estado ao lado) e já paramos na primeira prainha que encontramos. San Blás é uma graça! E achamos um camping a beira mar, com banheiro e chuveiro e eletricidade, e palapa para o caso de chuva, e um restaurante junto e wi-fi e o preço ótimo! Mas tinha uns mosquitinhos in-su-por-tá-veis. E não era “uns”. Era uma nuvem de mosquitinhos, que acabaram com nossas pernas, e com o Lú inteiro!! O Lú havia lido no Ioverlander sobre eles, mas nunca pensamos que seria realmente tão insuportável. Acordamos já nos despedindo. Foi bom, mas não dá.

Muelle de San Blas
Playa de San Blas

 

Sayulita

Dali seguimos para Sayulita. O Lú estava ansioso para que eu conhecesse a cidade, dizia que tinha certeza que eu iria gostar e que iria me animar (eu andava triste porque perdi uma amiga, e isso mexe com tudo na gente… ). E realmente, a cidade é uma graça. Charmosa, cheia de enfeites relacionados ao amor, com uma vida de turistas que animam as ruas do centrinho, e uma praia linda, de tamanho ideal – nem tão grande nem tão pequena, cercada de morros. E com onda. E já um clima quente quase o dia todo. E achamos um camping, não tão cheio de estruturas, o preço não tão bom, sem eletricidade, e sem wi-fi, mas pelo menos na beira da praia, na frente da onda e com água quente nos chuveiros!

Buscando minha Chocobanana!
Nosso quintal

Decidimos ficar uns dias. E de uns dias, hoje completamos 15 dias por aqui. Mas daí eu posso dizer que essa extensão – que se dará por mais 1 semana ainda – teve diversos motivos: teve o encanto da cidade, da praia e dos nossos adoráveis vizinhos, mas também o fato de estar chegando o carnaval e a gente decidir esperar passar a data para seguir a outro lugar, e infelizmente o fato de que dois dos estados mais ao sul (Mitchoacán e Guerrero, e até Colima nos disseram não estar seguro) estarem em guerra por causa do tráfico, e assim nós tivemos que mudar nosso roteiro e vamos ter que sair da costa, contornando pelo continente e voltando as praias só lá em Oaxaca… Assim,  Sayulita acabou sendo nosso porto seguro.

Cá estamos, como brincamos nos posts do Instagram e Facebook, em um universo paralelo, na Terra do Nunca como disse nosso amigo Caco, o primeiro lugar que nos fixamos por tanto tempo, com uma rotina leve e realmente muito agradável: Lú faceiro com o seu surf diário, eu faceira com minhas corridinhas na praia (sigo planejando me aventurar no mar), muita leitura e amizades novas e bem divertidas, e assim vamos preenchendo nosso dia, que as vezes acaba sem a gente conseguir fazer tudo que planejamos… como se a lista fosse grande! Mas é engraçado como o tempo fica diferente quando os “compromissos” tem que ser definidos pela luz do sol, ou pelo calor dele… como leituras, exercício, ou até um banho de sol ou de mar! Mas nada que a gente não possa deixar para fazer no dia seguinte… ou refazer, ou não fazer!

Vai uma melancia??
Happy Hour
Acampamento

    4 Responses

    1. Coisa boa sogrinha!!Felizes de tu estar curtindo com a gente!! 😀 Beijão Cá & Lú.

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