México travel

SAYULITA: Pueblo Magico

Sayulita foi uma sequência de surpresas. Esta sendo, na verdade! Logo que chegamos no camping não fomos muito com a vibe dos donos que não foram nada simpáticos, procuramos outro lugar para ficar, mas não achamos nada melhor e voltamos. Assim acabamos ficando no camping do El Camarón.

Sayulita Love…

A cidade tem tudo inspirado no amor. Decoração de corações por toda a cidade, desde badulaque tipo almofadinhas, pinturas nas fachadas e plaquinhas de “Love” pelas ruas. Até pedaço da calçada em forma de coração, tem. Fica tão bonito! Eu fico andando pelas ruas e tentando encontrar mais enfeites escondidos com o motivo do amor… É uma bobagem, mas acho que isso trás uma energia maior ao local, imagina que o motivo principal que decora a cidade é o amor? Acho que poderiam espalhar isso pelo mundo! No mínimo alegra o espirito das pessoas que vem aqui, e assim já deixa a cidade vibrando num nível mais agradável… Muitas casas de yoga, reiki, massagens e frases como “A vida é bela” circulam pelas ruazinhas charmosas próximas a praia.

Aprendendo mais sobre o desapego

E o camping que a gente quase não ficou, nos apresentou pessoas maravilhosas! Conhecemos aqui o Paco, o Sid e o Tom. Americanos aposentados que passam 6 meses por aqui e 6 meses nos EUA, ou outro lugar. O Sid esta passando a primeira temporada dele aqui – primeiro ano aposentado. Já está cheio de planos incríveis: vai fazer a costa oeste de bicicleta, e esta treinando andando todos os dias uma certa quantidade de milhas. Ele disse que fez várias trips de bike com sua ex-mulher quando eram jovens, e ficavam 2-3 meses nessas aventuras, e quer refazer as que mais gostou. Só precisa ficar em forma de novo e ativar o pique agora aos 60!Ele esta treinando todo dia, vai conseguir de boa! Fora isso eu também acho incrível o desapego deles, indo na contramão de adquirir e guardar e se fixar para ver o tempo passar, eles estão mais leves e ativos, e cheios de energia, nos dando bons exemplos e se divertindo muito: O Sid e o Tom não tem mais endereço fixo. Desfizeram-se de quase tudo, aos 60 e poucos anos, e vivem assim, longas temporadas cada hora num canto, conhecendo gente, curtindo a vida em outro ritmo, se aventurando e se permitindo por esse mundão. Um vai de van e o outro de barraca. O Paco tem residência fixa nos EUA e vem para o México há uns 20 anos ou mais. Tem 73 anos e parece ter menos de 60! Isso que ele colocou uma prótese no quadril em nov/16 e já esta aqui, andando de bike pra cima e pra baixo, e passeando todos os dias na praia com seus cachorros. Nem acreditamos quando ele disse ter 73… A infra deles também é demais. O Paco e o Sid têm fornos solares, através dos quais já fomos agraciados com deliciosos bolos de banana e chocolate fudge. Além do Sid ter construído (com ajuda do youtube!) uma super bateria solar, com tudo que é entrada, saídas USB, 110 e 12V, potente o suficiente para fazer “chupeta” quando a Maria deu uma afogada.

Lu de olho na receita
Confraternizando com nossos novos amigos

Camping El Camarón

A vida no camping está muito divertida e agradável! Na nossa 2ª temporada por aqui (fomos “embora” por uma tarde, mas voltamos para organizar melhor nosso novo itinerário e aguardar o carnaval) nós montamos nosso acampamento próximo aos nossos vizinhos, para termos “paredes” com as vans + Maria, e assim, privacidade. Fora a privacidade necessária do dia-dia, aqui ela se faz um pouco mais importante nas noites de sexta-feira, noite de uma super festa no bar da praia – No Camarón – o único bar que fica aberto depois das 2h. Então imaginem a confusão. O Paco chama essa noite de “Two valium´s night”, porque só assim ele consegue dormir! A primeira sexta que passamos ainda estávamos com a barraca desprotegida, o carro mais longe, sem barreiras, muito despretensiosos… Não dormimos. A galera aqui fica enlouquecida, sem o menor senso de respeito ao espaço alheio. Chegou ao ponto de se esconderem na aba da nossa barraca e acenderem um isqueiro. Sim. Acreditem. Eu quando vi a chama dei um grito irritadíssima mandando todo mundo praquele lugar, e o Lú me corrige, meio brabo: ‘Não grita em português’! A raiva das entranhas saiu em português. Já na última sexta-feira nós estávamos vacinados!! Colocamos a barraca no fundo do terreno, fechando as laterais entre a Maria e uma van, e na frente prendemos nossa lona. Ganhamos ainda uns tapa-ouvidos de nossos amigos, entramos no clima da sexta bebendo umas cervejinhas e fomos dormir o mais tarde possível. Deu certo! Apesar da música alta e das pessoas malucas, não tivemos invasores e o som alto (de gosto duvidoso) pareceu bem mais distante… Amanhã é de novo sexta-feira. Mais uma sem valium…

Nosso acampamento ao lado das vans dos nossos amigos
Caína trabalhando no Camping…

Nossa vida pacata segue com alguns eventos já cotidianos: recebemos toda manhã a visita da Chela e do Chuy, os cachorros do Paco, que são uns fofos! A Chela já sabe até a hora do meu yoga e vem se esticar no meu Mat. Tem a galinha perdida, que mora no camping há dois anos, e dizem que ela surgiu do nada e ficou. A galinha já adotou o Sid como “pai” e entra na van dele para dormir, pede comida e acho que até já colocou um ovo por ali… Eu comentei com o Lú esses dias que não sei quem precisa mais do outro: a galinha ou o Sid, que fica sempre todo preocupado em afastar os cachorros dela, em dar comida, preparar um cantinho pra ela dormir… Parece que ano passado o cachorro do camping agarrou ela pelas penas e chacoalhou, depenando e quase matando a pobrezinha, mas desde que eles estão alimentando ela com milho, suas penas voltaram, e a pequena galinha esta toda exibida com suas penas bonitas! Temos também a sessão esquilo X cachorros, quando um ou dois esquilos que estão sempre passeando por aqui resolvem implicar com os cachorros e descem até a base das árvores, depois saem correndo de galho em galho. Os cachorros ficam enlouquecidos tentando pegá-los; tem os eventos inesperados, como ontem a noite, quando vizinhos motoqueiros que estavam hospedados aqui no camping, nos convidaram para a despedida deles para comer o ‘El puerco niño’ como eles chamavam (descobri que o tal puerco niño era um leitãozinho assado inteiro na brasa) e dar muitas risadas numa noite com pessoas muito legais e bem engraçadas! Aprendemos uma nova gíria em inglês: “Wooord” – dito depois de uma pausa dramática para concordar com seu camarada de bar. E amanhã temos outro evento (fora a festa estranha com gente esquisita de toda sexta 2Valium): Nossos amigos vão fazer um almoço com brownies especiais na casa de um amigo deles que vive aqui, e nos convidaram para o evento. Vamos lá passar a tarde cozinhando, comendo e bebendo e com certeza dando muitas risadas! Nos sentimos extremamente bem acolhidos por todos, principalmente pelo Paco, que esta sempre convidando o Lú para seus papos relax, nos traz pedaços de bolo deliciosos quando menos esperamos, e nos dá ótimas dicas de lugares para comer, lavar roupas, comprar comida, etc. Sempre muito doce e educado. Nosso almoço padrão aqui é dica dele: Tacos da Natys – que custam entre 15 e 20 Mex$ (aproximadamente R$ 3,00) – e são deliciosos, seguidos de uma boa chocobanana de sobremesa!

a Galinha!
Tacos da Naty

Sayulita, no love.

O que não deixa Sayulita perfeita (além da sexta2Valium) é o esgoto. Que a água do México não é confiável, nos já sabíamos, mas aqui em Sayulita é podre. A água da torneira as vezes fede. E o esgoto corre a céu aberto para a praia em uns 3 canais diferentes e a praia é pequena. Várias vezes estamos na praia e vem aquele cheiro ruim de esgoto misturado com mijo… Nojento. Eu já tive minha cota de dor de barriga, isso que só usei a água da pia para escovar os dentes. É triste de ver e pior ainda de sentir. O Lú que surfa direto disse que o mar fede. Eu não fiquei no mar por tempo suficiente, mas não tem como ser diferente… Uma pena. Soubemos que cidade cresceu muito rápido nos últimos anos depois que foi apontada em uma revista americana ser um dos 10 melhores lugares para americano se aposentar. Pelo jeito a cidade não está dando conta do recado. Ontem, o garçom de um restaurante nos disse que aqui na cidade eles se unem para tudo, os moradores, e que tentam proteger a cidade e mantê-la segura, para que ela continue crescendo e recebendo turistas. Mas nem tudo dá pra se fazer só com boa vontade comunitária… Fica a dica para o prefeito de Sayulita: siga com mais amor pela cidade também.

p.s.: Ah, e tem mais um probleminha, os caixas eletrônicos da cidade são muito mal falados, aconselham evita-los.

p.s.2: A nossa tarde na casa do Norman, amigo dos nossos vizinhos, foi divertidíssima!! Fora a companhia muito animada  e as comidas – que foram várias – deliciosas, a casa do Normam é simplesmente um sonho! Uma casa que me fez questionar porque os arquitetos não deixam uma plaquinha com seu nome fixada na edificação, discretamente, mas assinando a autoria do projeto – ou da obra (de arte) como essa casa parecia… Uma casa que me fez lembrar das aulas de projeto, me fez imaginá-la em planta baixa e corte, observando cada cômodo…  A vista da praia ajudava, e a casa a privilegiava 100%.

    2 Responses

  1. Muito legal teus comentários. Adorei a decoração da cidade enfatizando o amor. Saudades e beijos

    1. A cidade é linda e com uma energia muito vibrante!! Acho que vocês iriam amar!!!
      Muitos beijos nossos!!! <3 Cá & Lú

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